À Léo Andrad (e Fiapo)
Gostaria de dormir!
Embora as persianas insistam em permanecerem abertas
Meu corpo arfante de cada suspiro chega a me sufocar
E dói, dói muito! Apenas sei que aperta o peito e dói...
Lembro dos pontos luminosos que costumava olhar pela janela
A lua graciosa se exibindo para mim
Lembro de andar pelas ruas e não conseguir parar de admirar
Achando que a cada passo dado me encontrava
E ali, eu pertencia...
Andávamos juntos e você me contava a sua historia
Carregou meus sapatos, pegou minha mão e juntos, assistimos
o sol nascer...
E você me disse para não pensar demais e simplesmente viver
E agora, o que devo fazer?
Não são mais as mesmas ruas
Não são mais as mesmas palavras
Não são mais os mesmos perfumes
Agora, olho pela janela e não vejo mais nada
Os morros sumiram do meu campo de visão
E não sinto mais o gosto do mar
Gostaria de dormir
Embora os olhos se recusem a descansar
E penso: Cadê o mar?
Cadê os fiapos de vento que embalavam meus cabelos quando
via o sol mergulhar?
E o que restou do meu coração eu peço:
Por favor, não se despenha!
Pois metade de mim ficou na Penha...
MS