Ele é iminente
Não consigo evitar
Um turbilhão de
pensamentos
Sufocando-me a mente
Formando o frenesi que
tanto temo e que tanto procuro
Então, perco-me
perante minha face
Os olhos queimando as
persianas
forçando-as
permanecerem abertas
Quanto tempo
suportará?
Ponho-me a respirar
toda essa eloquência
e logo desfaleço...
Sem forças...
O que resta?
Ou, o que restará?
Permitindo-me ainda
ser um pouco mais ousada,
Pergunto:
- O que restou?
Uma mescla de cabelos,
lágrimas e desespero
Uma respiração lenta
Um coração apertado
Um suspiro angustiado
Um choro proeminente
que
foi impedido de se
manifestar
Mais uma noite mal
dormida
Uma vida sem sonhos
Uma alma sem esperança
Uma convulsão que
eclodiu num corpo
Um simples corpo
Um reles corpo
Como todos os outros
Dos quais só restará
o pó.
MS